quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Homilia - 25º Domingo do Tempo Comum - 19/09/2010

Quero iniciar recordando que estamos no mês da Bíblia e devemos expressar o nosso agradecimento a Deus pela sua Palavra inspirada que ilumina a nossa vida, educa na fé, mostra o caminho a ser seguido e ensina a viver, conforme a sua vontade. A Palavra que nos ajuda a optar pelas coisas do alto, pelo Reino de Deus, pela prática da justiça.

Avaliando a nossa vida, refletindo sobre o que acontece na sociedade e no mundo à luz da Bíblia, nós vamos descobrindo o que contraria o sonho de Deus e o que contrapõe à sua vontade.

As advertências feitas hoje pelo profeta Amós aos poderosos do seu tempo (grandes comerciantes, empresários na linguagem de hoje, detentores do poder econômico, etc.) torna-se bastante atual, pois as mesmas atitudes continuam sendo repetidas: humilhação aos pobres, submissão, desonestidade, aumento de preços indevidos, corrupção, exploração e tantas outras vão sendo praticadas para favorecer o enriquecimento indevido de alguns e gerar o empobrecimento de muitos.

No Evangelho, Jesus conta uma parábola evidenciando a habilidade e esperteza de um administrador desonesto, mostrando que no bom sentido, nós e os discípulos, devemos, nas nossas ações e atividades, ser habilidosos também, alertando que “os filhos deste mundo são mais espertos em seus negócios do que os filhos da luz” (v 8).  Porém, destaca a necessidade de sermos fiéis e justos nas pequenas e grandes coisas, capazes de optar e decidir pelo melhor ou pela verdade, evidenciando que: “ninguém pode servir a dois senhores... Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro” (v 13).

O resumo do ensinamento do Mestre é que o problema econômico não é o principal, pois o serviço de Deus está acima de todos os outros serviços. Ele “nos propõe uma escolha entre os valores do plano de Deus e a rendição diante do dinheiro, visto como valor absoluto dirigindo a vida. Para Ele o problema não é o dinheiro em si, mas o uso que dele se faz. É útil como instrumento destinado ao serviço e intercâmbio de bens de uso, mas não pode ser o supremo comandante dos nossos atos, o critério absoluto das decisões dos indivíduos e dos governos. Deve ser usado para servir ao bem comum das pessoas, na partilha e na solidariedade” (TB CF 2010 nº69). Essa opção implica: desprendimento, sacrifício, fidelidade e capacidade para tomar decisão.

Nós também entendemos a importância de sermos criativos, de termos habilidade, capacidade de utilização da tecnologia e da ciência, condições de investir profissionalmente para que o nosso trabalho pastoral, a evangelização e o serviço que prestamos à comunidade, sejam mais organizados, mais eficiente, planejado e atraente.  O mundo de hoje oferece muitos possibilidades, atrações e condições que seduzem com muita facilidade. Investe pesado em marketing.

Nós, também, precisamos sem deixar de reconhecer o valor da tradição, estar abertos para o novo, fazer um processo de renovação, de transformação, de modernização. Precisamos profissionalizar alguns setores, modernizar instalações, fazer adaptações, conforme as exigências atuais. Muitas de nossas Igrejas continuam com a estrutura do século passado, que não atende a demanda da atualidade. Por exemplo, aqui, na Basílica do Bonfim. Muitos não entendem como pode uma Igreja como esta não oferecer um sanitário que consideramos como necessidade básica para atender aos que aqui freqüentam. Porém, o patrimônio histórico, em vista de manter uma tradição, não permite tal providência. Além de outras que deveriam ser tomadas: a qualificação do som, a informatização de alguns serviços, a modernização do sistema telefônico, murais luminosos, guias turísticos, folders explicativos, agentes de pastoral preparados e qualificados, celebrações diferenciadas conforme a diversidade dos fiéis, equipes de acolhimento, etc. Enfim, precisamos acompanhar a evolução do tempo, compreender a diversidade dos fiéis que freqüentam esta Basílica, reconhecer a dupla referencia desta Igreja: santuário e ponto turístico  e oferecermos o melhor para nossos fiéis.
Por último a segunda leitura nos convida a valorizar a prática da oração. E, mostra como a oração pode ajudar a superar transtornos, limites, dificuldades e desafios que surgem na nossa vida. Recomenda que rezemos pelos governantes, pelos que ocupam altos cargos, a fim de que sejam fiéis e salvos.

Juntando todos os apelos e ensinamentos, nós somos motivados a estar atentos aos sinais dos tempos, sensíveis a realidade e abertos à graça de Deus. A sermos bem intencionados, solidários, criativos, dinâmicos e proativos. A por em prática nossa capacidade, em vista do bem comum.

Pe. Edson Menezes da Silva
Reitor e Vigário Episcopal

Homilia - 24º Domingo do Tempo Comum - 12/09/2010

Meus irmãos e minhas irmãs,

Acompanhando o Evangelho que é lido a cada domingo, percebemos como Jesus exerce uma incrível força de atração. Os Evangelistas evidenciam sempre que Ele era seguido por grandes multidões, por pessoas sedentas que perguntavam, questionavam, faziam comparações e desejavam ouvir de Jesus palavras que preenchessem o vazio de suas vidas, que respondessem suas dúvidas, que tocassem o mais profundo de seus corações.

O mesmo acontece hoje. Aqui, no Bonfim, em outros santuários e em outros templos, Ele continua atraindo. É incrível, ninguém convida, ninguém faz propaganda, ninguém faz campanha de divulgação e a Basílica está sempre cheia. Por quê? Ele, Jesus, o Senhor do Bonfim, continua atraindo. Como também, cada pessoa deseja encontrar aqui respostas para seus problemas, para suas dúvidas, para suas inquietações.

Através da oração que cada um faz, das leituras bíblicas, particularmente, do Evangelho que escutamos e da pregação feita pelos sacerdotes, vamos encontrando as respostas desejadas. Isto é, vamos encontrando o conforto, o entendimento, o esclarecimento e entendendo o que Deus quer que façamos.

Pois bem, as três parábolas do Evangelho, bem como as demais leituras nos ajudarão a compreender que Deus é misericordioso e que seu amor, vai além dos limites humanos. Olhando para a imagem do Senhor do Bonfim, tocados pela ternura do seu olhar, vendo seus braços sempre abertos, seu semblante sempre sereno, temos a mesma sensação. Aliás, não somente a sensação, nós temos convicção, pois denominamos esta igreja de mansão da misericórdia.

A primeira parábola nos fala da ovelha perdida. Noventa e nove são deixadas no deserto para que o dono procure a perdida, até achá-la. A segunda parábola fala da mulher que perdeu uma de suas dez moedas de prata. Ela sai procurando até encontrá-la e é grande sua alegria por tê-la recuperado. Ambas terminam revelando que será grande a alegria de Deus pelo pecador que se converte, maior até do que a alegria pelos justos que não precisam de conversão.

A intenção de Jesus não é dizer que Deus ama mais o pecador que o justo, mas que o pecador também é amado e procurado por Deus. A ovelha e a moeda perdidas representam o pecador. Se a alegria humana por recuperar ou encontrar um bem é tão grande, imagina a de Deus por um pecador que se arrepende, por ter um filho seu de volta. Portanto, aqui na Igreja do Bonfim, nós devemos acolher bem a todos, sobretudo aqueles que estão enfrentando alguma dificuldade, algum problema. Aqueles que estão afastados de Deus, que abandonam a fé ou professam outro credo.

Aqui, devem fazer a experiência do encontro,  da conversão, do retorno a casa do Pai, conforme o exemplo da terceira parábola. O pai faz festa para comemorar o retorno do filho pródigo. Quando avista o filho, não espera, vai ao seu encontro. Tal era a sua satisfação, a sua alegria, a sua “compaixão”.  Abraça-o, beija-o; oferece a melhor roupa, anel, sandália, faz um banquete para festejar porque aquele “filho estava morto e tornou a viver; estava perdido e foi encontrado”. Porém, o filho mais velho fica com ciúmes, reclama externando um sentimento de mesquinhez, de cobrança, de falta de compaixão, de dificuldade de perdoar. Ainda hoje, muitos reagem e pensam assim, ou seja, não entendem que o amor divino do Pai Eterno é pura gratuidade. A referida parábola traduz a bondade infinita de Deus e revela como ele é Pai bom, é verdadeiramente misericordioso.

Na primeira leitura Moisés vê o pecado do povo, mostra a necessidade de conversão e de cultivar fidelidade à Aliança. Conhecendo o coração de Deus, reza pedindo perdão para o povo que foi desobediente e é atendido.

Na segunda leitura Paulo testemunha que agindo “com a ignorância de quem não tem fé”, fez muitas coisas erradas, porém experimentou a misericórdia de Deus. Como também, afirma que “Cristo veio ao mundo para salvar os pecadores”.

Diante de tais afirmações, tais exemplos e tais evidências, nós concluímos: maior do que o nosso pecado é o amor e a misericórdia de Deus.

Na condição de reitor desta Basílica denominada de “mansão da misericórdia”, trago no meu coração um desejo; na minha consciência uma inquietação; na minha mente um propósito que poderá ser transformado numa realidade: que na Igreja do Bonfim, cada pessoa possa experimentar a misericórdia de Deus.  Este é o meu grande sonho! Por isso procuro atender bem todas as pessoas sem distinção e tenho orientado aos demais padres, aos diáconos, aos leigos engajados, aos funcionários que façam o mesmo. Desejo que buscando o sacramento da reconciliação, tendo oportunidade de fazer uma leitura ou prece, entrando com a imagem do Senhor do Bonfim no final da missa, sendo convidado (a) para exercer um serviço ou ministério, pela nossa atenção, pela nossa bondade, pela nossa espontaneidade e, principalmente, pelo nosso acolhimento, cada fiel, cada devoto, cada turista, cada pessoa experimente a misericórdia de Deus expressa através da imagem do Senhor Bom Jesus do Bonfim, que recebe a todos de braços abertos.

Nos últimos dois anos e alguns meses, já melhorou muito, porém espero que possamos aprimorar muito mais. Desejo que sejamos acolhedores, ponte e possamos abrir espaço, para que muitos outros tenham a oportunidade de fazer a experiência do encontro com Jesus, o Senhor do Bonfim.

“a decisão de caminhar em direção ao santuário já é uma confissão de fé, o caminhar é um verdadeiro canto de esperança e a chegada é um encontro de amor. O olhar do peregrino se deposita sobre uma imagem que simboliza a ternura e a proximidade de Deus. O amor se detém, contempla o mistério. Desfruta dele em silêncio. Também se comove, derramando todo o peso de sua dor e de seus sonhos. A súplica sincera, que flui confiante, é a melhor expressão de um coração que renunciou à auto-suficiência, reconhecendo que sozinho nada pode. Um breve instante condensa uma viva experiência espiritual. Aí o peregrino vive a experiência de um mistério que o supera, não só da transcendência de Deus, mas também da Igreja, que transcende sua família e seu bairro. Nos santuários, muitos peregrinos tomam decisões que marcam suas vidas. Suas paredes contêm muitas histórias de conversão, de perdão e de dons recebidos, que milhões poderiam contar” (DA n. 159 – 160).  

 
Pe. Edson Menezes da Silva
Reitor e Vigário Episcopal

Programação 2010

BASÍLICA  SANTUÁRIO  DO  SENHOR  BOM  JESUS   DO  BONFIM
Salvador – Bahia      Fone: Basílica 3316-2196

- PROGRAMAÇÃO - 2010
HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO:
Segunda-feira – das 9h às 18h
Terça a Quinta e Sábado das 6h30min às 18h
Sexta e Domingo das 5h30min às 18h
CONFISSÕES: Terça a quinta e sábado das 8h às 12h e das 14h às 17h
Sexta e domingo das 08h às 12h e das 13h30min às 17h
DOMINGO - DIA DO SENHOR Missas: 6h; 7h30min; 9h; 11h; 15h e 17h
- Batismo: 10h (após a missa das 9h) Obs.: Chegar às 9h para fazer a anotação
- Terço dos homens: 16h15min
- 1º Domingo do mês às 07h30min: Missa da Devoção do Sr. do Bonfim
- 2º Domingo do mês às 17h: Missa assumida pela Pastoral da Juventude
SEGUNDA   - Basílica aberta somente para visitação (Dia reservado para limpeza e manutenção interna da Igreja).  Missa: às 17h
             - 4º segunda do mês: Missa dos trabalhadores da praça do Bonfim
TERÇA      - DIA DEDICADO À DEVOÇÃO A SANTO ANTÔNIO
Missas com benção de Santo Antônio: 7h; 8h; 10h30min e 17h
- Missa da Comunidade: 19:30 h
QUARTA    - DIA DEDICADO À DEVOÇÃO A SÃO JOSÉ
Missas com benção de São José: 7h; 8h; 10h30min e 17h
- Terço da misericórdia e de Nossa Senhora: 16h
QUINTA    - DIA DE ADORAÇÃO AO SANTÍSSIMO SACRAMENTO
Missas: 7h; 8h; 10h30min e 17h.
- Adoração ao Santíssimo Sacramento: 16h
SEXTA      - DIA DEDICADO À DEVOÇÃO AO SENHOR DO BONFIM
Missas: 6h; 7h; 8h; 9h30min; 11h; 15h e 17h
-Toda 1ª sexta-feira do mês: Missa do Apostolado da Oração.
- Após a missa das 17h Procissão luminosa percorrendo o entorno da Basílica e da Praça do Bonfim, concluindo com bênção nas escadarias.
SÁBADO    - DIA DEDICADO À DEVOÇÃO A NOSSA SENHORA DA GUIA
Missas: 7h; 8h; 10h30min e 17h
- Novena de N. Sra. do Perpétuo Socorro e Ofício: 16h

Visite o Museu de Ex-Votos
Funcionamento: de Terça a Sábado das 8h às 12h e das 14h às 17h.
PROJETO BOM SAMARITANO – Assistência e apoio a pessoas carentes: Contribua oferecendo gêneros alimentícios não perecíveis para a cesta básica. Evite dar esmolas, dê dignidade.

Boas vindas do Pe. Edson Menezes